sábado, 16 de outubro de 2010

O negro

- O negro e o mercado de trabalho.
• Alguns índices :

Os rendimentos dos trabalhadores negros são  inferiores aos rendimentos dos não-negros
quaisquer que sejam as situações ou os atributos considerados.


Observando o cenário de 2002, observamos que apenas 29% dos negros ocupados (homens e mulheres) se inseriam num padrão de vida de baixa classe média, proporção que cai para 20% na média e alta classe média. 

Entre 2004 e 2008, a taxa de desemprego dos negros é superior à dos não-negros e ambas diminuíram. Em 2004, a taxa de desemprego foi de 24,4% entre os homens negros, caindo para 17,3% em 2008. No mesmo período, entre as mulheres negras, a taxa de 29,1% passou para 25,2%. 

- O negro e a educação:

Segundo dados do estudo, em 1996, 82,3% dos negros estavam matriculados em etapas do ensino fundamental adequadas à sua idade e apenas 13,4% no ensino médio. Em 2006, essa porcentagem subiu para 94,2% no ensino fundamental e 37,4% no médio. A proporção de negros e negras que estudavam no ensino médio, entretanto, ainda é muito menor que a de brancos - que chegou a 58,4% em 2006.





- A mulher negra:
Hoje,já são mais de 100 entidades de mulheres negras comprometidas pela luta de igualdades de direitos.
Dados estatísticos recentes comprovam que o preconceito sustenta uma dupla opressão para a mulher negra no Brasil e cria realidades diferenciadas entre negras e não-negras.Estudo recente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada ( IPEA ) mostra um dos traços cruéis deste tratamento diferencial.Segundo o IPEA, a mão de obra feminina negra recebe o equivalente a 60% do salário de um homem branco por ocupar o mesmo cargo.
De acordo com um estudo,somos 169,5 milhões de brasileiros,dos quais 50,79% são do sexo feminino.Deste percentual 44% são mulheres negras e pardas.Os números são significativos,no entanto não garantem acesso igual aos serviços básicos oferecidos aos cidadãos.
OSB: Na educação as taxas de alfabetização e escolaridade entre mulheres negras e brancas é preocupante 90% e 83% para as brancas e 78% e 76% para as negras.

O desequilíbrio,segundo o levantamento,traz consequências diretas no índice de desemprego. A população negra sobretudo as mulheres negras sofre tratamento discriminatório na hora de procurar trabalho.Para a mulher negra o tratamento desigual tem sabor ainda mais amargo,pois 60% das famílias chefiadas por mulheres afro descendentes  têm renda inferior a um salário mínimo.
O estudo aponta ainda que a mulher negra recebe tratamento diferencial na área de saúde.Entre 1993 -1998,por exemplo, uma pesquisa no Paraná denunciava que o risco relativo de mortes maternas de mulheres afro descendentes é 7,4 vezes do que as não negras.Outro índice mostra que,no Brasil,a mulher negra têm 25% de chance de alcançar os 75 anos em relação às mulheres brancas.


- Violência contra o negro


Discriminação e racismo faz dos jovens da periferia, em especial os negros, a principal vítima da violência urbana, exercida muitas vezes sobre os punhos do Estado através da repressora polícia militar.



Os negros são de longe as principais vítimas de homicídios no país. Segundo estimativas da Disoc/IPEA, a partir de dados do Data SUS, mostrou que a taxa de vítimas de homicídios de jovens negros é de 74,8 para cada 100 mil habitantes, um número muito superior comparado com jovens brancos da mesma idade, que é de 41,8 para cada 100 mil habitantes.

“Principais vítimas da violência urbana, alvos prediletos dos homicidas e dos excessos policiais, os jovens negros lideram o ranking dos que vivem em famílias consideradas pobres e dos que recebem os salários mais baixos do mercado. Eles estão também, na lista dos desempregados, dos analfabetos, dos que abandonam a escola antes de tempo e dos que têm maior defasagem escolar”, diz o site do IPEA.

A violência contra os negros é reconhecida e aceita pelo Estado, que em uma tentativa de diminuir o racismo nas abordagem policiais, criou um plano racista aonde os policiais e agente penitenciários seriam treinados para realizarem a abordagem a pessoas negras.
Tais medidas só aumentam o racismo e a discriminação contra a população negra.

- Para saber Mais

A redemocratização do país, a partir da década de 1980, possibilitou a abertura de um amplo debate que revelou a face perversa dessa indevida apropriação da noção de segurança e potencializou a construção de novos parâmetros de definição de segurança calcada nos padrões de cidadania e nos princípios de direitos humanos. Explicitados na Constituição Brasileira de 1988, esses novos padrões e princípios de cidadania foram fruto da intensa mobilização da sociedade sedenta de liberdades e de direitos. O texto constitucional ampliou e reconheceu direitos individuais e sociais, explicitou a igualdade entre homens e mulheres no espaço público e na vida familiar, e detalhou extensamente os deveres do Estado para garantir e implementar universalmente esses direitos. A Constituição de 1988 representou um capítulo edificante na história do Brasil.


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